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Fantasporto 2005 — 25º Festival Internacional de Cinema do Porto

Fantasporto 2005 I — Introdução

II — Filmes
Appleseed, Bubba Ho-Tep, Cortex, C.S.A., The Happiness of the Katakuris, Natural City, The Night of the Living Dorks, Oldboy, One Missed Call, Parasite Dolls, La Peau Blanche, Les Revenants, Rottweiler, Saw, Sword in the Moon, Vital

III — Encerramento

IV — Palmarés


Introdução

A edição comemorativa dos 25 anos do Festival Internacional de Cinema do Porto decorreu entre 21 de Fevereiro e 5 de Março de 2005. Este ano assinalou-se a criação de uma secção específica dedicada ao cinema animado, com longas-metragens provenientes de vários continentes.

A Secção Orient Express registou uma esperada expansão, apesar não primar pela diversidade de cinematografias: em 11 títulos, oito eram coreanos e os restantes japoneses. Houve também uma retrospectiva que agrupou um conjunto de filmes premiados em edições anteriores do festival, uma selecção de novo cinema alemão e de cinema de horror japonês, com um conjunto significativo de títulos de Miike Takashi. Aliás, o número de títulos de Miike levar-nos-ia a questionar porque não isolar uma retrospectiva em nome próprio (e muitos filmes ali inseridos naquela selecção só com muito boa vontade se poderiam considerar horror).

A diversidade das retrospectivas, a reflectir a dimensão do festival, não pode deixar de ser desvalorizada pelo facto de boa parte desses títulos, exibidos no Pequeno Auditório, terem sido projectados em DVD — e falamos de obras em película, não de produções vídeo. Uma opção que não se entende, num festival com a dimensão e importância do Fantasporto.

Rivoli Rivoli, Entrada
O Rivoli durante o Fantasporto de 2005 e a vitrine dos posters, na entrada do edifício (clique a segunda imagem para ampliar).


Más que moléstia

Apesar de ter passado dois fins de semana pelo Porto, acabei por ver menos filmes do que em anos anteriores. Também não anotei questões técnicas passíveis de distrair da exibição de filmes, com excepção da projecção de «Saw» em 1.37:1 (full frame), ainda que sem efeitos secundários óbvios, como microfones de cinco em cinco minutos (num plano breve, no entanto, permitia ver-se o final do set no topo da imagem). O público esteve bem comportado — a insistência nos avisos para desligar os telemóveis vai tendo efeitos lentamente.

No hall avisava-se que a maioria dos filmes exibidos no Pequeno Auditório passariam em "suporte digital". Não se forneciam mais dados que permitissem perceber que filmes passariam em 35mm e a informação não foi fácil de obter — o que sugere uma presunção de indiferença por parte do público quanto a esse "pormenor". «Happiness of the Kataruris» passou em DVD — bem como «Appleseed» (um filme recentíssimo) —, o que nos leva a pressupor que a retrospectiva de filmes japoneses foi inteiramente baseada nesse suporte.

Se não se calam, #$%&@€#!!

Sobre o recurso a cópias legendadas em espanhol, foi durante a sessão de «Appleseed», no Pequeno Auditório, que, na sequência de um continuo matraquear de um grupo de jovens, muito divertidos com esta ou aquela palavra castelhana, chegaram a ouvir-se palavrões e ameaças de agressão por parte de outros espectadores, caso aqueles não se calassem.

Naturalmente não apoiamos o espancamento sumário de quem não consiga manter-se silencioso em salas de cinema, mas isto ilustra parte do problema de projectar filmes que não estejam legendados de acordo com as expectativas do público, em português ou inglês.

Outra questão prende-se com a legendagem. Quando o Fantasporto ainda tinha sede no Auditório Carlos Alberto, não havia legendagem electrónica (começou a utilizar-se ainda nessa sala, antes da mudança para o Rivoli); as cópias eram normalmente legendadas (ou faladas) em inglês. Com o crescimento do festival e a passagem para o Rivoli, a legendagem electrónica em português passou a ser standard e tal parecia ser exigido pelo público mais mainstream entretanto cativado.

No pequeno auditório não se investiu em legendagem electrónica, mas na sala principal todos os filmes — ou pelo menos os das secções competitivas — eram projectados com tradução em português. Este ano já não foi bem assim: «One Missed Call» foi exibido com legendas em espanhol, no grande auditório (em filme) e o mesmo sucedeu com «Appleseed», no pequeno (em vídeo).

A exibição de filmes legendados em espanhol é negativa por duas ordens de razões:

a) O público, de cinema comercial, de festivais ou dos mercados de importação vídeo, não está habituado à língua, que, apesar das semelhanças genealógicas com o português tem um sem número de palavras e expressões sem equivalência directa. Resultado: galhofa durante os primeiros dez minutos de filme e sempre que surja uma palavra que algum grupo de jovens ache particular graça — a projecção torna-se um autêntico happening e requer-se um esforço enorme para manter a concentração no que se passa no ecrã.

b) O festival habituou o público a determinados standards, há que, pelo menos, mantê-los. O festival de tradição fantástica mais próximo, Sitges, recorre a três salas e as duas mais pequenas têm também legendagem electrónica (por vezes com duas opções). Certamente o Fantasporto, apesar da escala e orçamento menores, pode assegurá-lo para a sala principal.

As sessões competitivas arrancaram na primeira sexta-feira do festival, com uma excepção: «Sideways», que foi exibido na quarta-feira. Supõe-se que para ser antestreia, uma vez que a exibição comercial começaria no dia seguinte. O distribuidor terá pensado que não valeria a pena esperar uma semana? Se não o fez para apresentar o filme no Fantasporto, que festival português os faria pensar de modo diverso?


Filmes

Os filmes não podem ser todos bons e há algum tempo atrás o festival tinha assumido uma “necessidade editorial” de exibir cinema fantástico mau, por forma a representar as obras de género de produção recente. Este ano não se pode dizer que tenhamos começado particularmente bem. Na verdade, o primeiro filme visionado foi um dos piores que tive a oportunidade de ver no Fantasporto. Seu nome: «Cortex». É uma produção norte-americana independente, rodada em vídeo digital, sem orçamento, mas também sem imaginação ou habilidade. Sem exageros: um verdadeiro filme amador. O realizador, Raoul Girard, presente no Porto, foi assistente de realização em «Superman 2» (1980) e «Never Say Never Again» (1983).

Oldboy
Uma Chamada Perdida
«Oldboy», da Coreia do Sul, e «Uma Chamada Perdida», do Japão, entretanto estreados entre nós.
Os filmes que marcaram o início das duas sessões competitivas foram exibidos na sexta-feira à noite: «Oldboy» (Semana dos Realizadores) já foi comentado há algum tempo por aqui e estrearia alguns dias depois, com apenas três cópias e com uma recepção por parte do público deveras decepcionante, com redução de sessões logo na segunda semana e saindo rapidamente de circulação

A Secção Oficial Cinema Fantástico foi inaugurada com um dos filmes de horror mais revestidos por hype dos últimos anos: «Saw». As expectativas por vezes confirmam-se, outras vezes, como foi o caso, decepcionam. Mas há quem o aprecie verdadeiramente, incluindo o júri, que lhe deu o prémio para o melhor argumento.

Nada de novo numa obra com demasiada vontade de ser muito "inteligente". Quando se chega ao fim, fica-se com a sensação de que pouco faz sentido — a motivação do psicopata, que se dilui enormemente, e, sobretudo, a sua interacção com as vítimas (absurda). Não admira que James Wan assuma influências do giallo, um género com particular tendência para ignorar argumentos coerentes. Estranho parece ser o rejeitar da inspiração noutras obras de horror pós-moderno, nomeadamente «Cube» e «Se7en». Com ou sem inspiração, o facto é que já se fez melhor e com mais consistência.

«Die Nacht der Lebenden Loser» [«Night of the Living Dorks»] é uma comédia teen de zombies. Pretendia-se light e light é, com um humor e uma imaginação alguns furos acima do que sairia de um produto similar made in Hollywood. O realizador, Matthias Dinter, introduziu o filme, acompanhado pela actriz principal, Collien Fernandes (de ascendência portuguesa), e explicou que a censura alemã obrigou a aligeirar muito a violência, mas se decapitações foram evitadas já não se obstou ao corte ou queda de outras partes dos corpos dos jovens zombies.

Ainda no primeiro fim de semana, houve oportunidade para rever «Uma Chamada Perdida/Chakushin Ari», de Miike Takashi, já comentado a propósito de Sitges 2003. O Fantasporto deu-nos a oportunidade de variar, com diálogos apenas em espanhol (em Espanha vimo-lo com legendas em inglês). De acordo com o programa, foram projectados cerca de uma dezena de títulos de Miike (aparentemente, todos, com excepção deste, via "projecção digital").

O último filmes do realizador japonês a ser apresentado foi a divertidíssima comédia de horror fantástica musical «Katakuri-ke no Kofuku» [«The Happiness of the Katakuris»], remake de «The Quiet Family», de Kim Ji-un. Se todos os remakes fossem assim, o conceito não seria tão indutor de narcolepsia. Miike pega na premissa do filme coreano e desenvolve as situações mais absurdas e personagens mais improváveis, substituindo um registo de comédia negra por um de comédia descontrolada. Apesar de projectado em vídeo, pelo menos a legendagem foi em inglês.

Natural City
Sword in the Moon
«Natural City» e «Sword on the Moon», dois filmes coreanos medianos, mas agradáveis de ver no grande ecrã.
A ficção científica teve presença forte à noite, com «Natural City», do coreano Min Byeong-cheon, com inspiração assumida no «Blade Runner» de Ridley Scott. A componente visual e a coreografia de acção são pontos de interesse, mas a proximidade com o filme de Scott é demasiada e as personagens ficaram por desenvolver. A andróide, interesse romântico do herói, precisava de algo mais do que passar o tempo todo com um ar fixo no vazio, assim como quem suspira por fiordes.

Mais FC e andróides, desta vez na anime «Parasite Dolls». Nada de novo também por aqui, com um grupo de agentes da lei na pista de homicidas de andróides prostitutas. A estrutura e a qualidade limitada da animação — tradicional, ainda que a ilustração do cartaz possa sugerir que se trata de 3D — indicam tratar-se de um OAV, i.e., produzido directamente para o mercado vídeo japonês. O formato 4:3 original confirmá-lo-á (na animação tal não engana, pois não se desenha em altura se se pretende uma projecção larga).

A nova Secção Anima-te (1) incluía dois filmes de animação sul-coreanos: o melodrama «Oseam», em cell animation funcional, mas muito plana, e «Wonderful Days» — já remontado como «Sky Blue» para o mercado americano, um filme de ficção científica sem grande chama, a valer um visionamento sobretudo pela imagem e pela vertente técnica da mistura de animação tradicional com CGI. Não os vimos no festival, mas via DVD de importação.

No Porto vimos sim o novo «Appleseed», dirigido pelo japonês Aramaki Shinji, infelizmente projectado em vídeo e com legendagem em espanhol, o que tornou a experiência menos interessante do que poderia ser — já que o trunfo era, antes de mais, a componente visual. No campo da ficção científica também não há aqui nada de inovador, mas trata-se sobretudo de um filme de acção. A animação está bem executada e o acting das personagens bem conseguido.

No final do primeiro fim de semana foi apresentado o último Tsukamoto Shinya: «Vital». A nova obra do realizador nipónico revela uma tendência para o afastamento de um estilo que foi definido como "cyberpunk", por associação a «Tetsuo» e à sua sequela, bem como a outros títulos mais viscerais, passados num ambiente urbano, com uma linguagem a raiar o surreal, e uma aproximação a uma linguagem mais sóbria e contida, "arte e ensaio".

Outra tendência confirmada em «Vital» é a do protagonista Asano Tadanobu em desenvolver personagens que não manifestam emotividade, mantendo a sua poker face durante um filme inteiro — confronte-se com outro título arthouse, «Bright Future», de Kurosawa Kiyoshi. É caso para dizer "volta Kakihara!" Apesar do ritmo dificultar a digestão no contexto de um festival de cinema, no meio de uma mão cheia de títulos mais ligeiros e dinâmicos, «Vital» é um filme imbuído de uma grande estética e um interessante ensaio sobre a recuperação de memórias e o acto de lidar com uma perda traumática.

Mais duas boas propostas: o curioso "documentário" «C.S.A. — Conferates States of America», análise de uma história alternativa dos EUA, acompanhada a partir de uma Guerra de Sucessão vencida pelos Sulistas, de forma que a escravatura nunca foi abolida — aliás, "hoje" mantém-se como um dos símbolos do que é “ser americano” (the american way of life) — e o muito esperado «Bubba Ho-Tep», já de 2001, merecendo o epíteto de filme de culto, pela notoriedade que foi ganhando fora do mainstream. A ser distribuído pela New Age Entertainment, que assim amealhou mais uma distinção para os seus filmes — melhor actor para Bruce Campbell, juntando-se aos dois prémios de «Oldboy»: Grande Prémio e Melhor Argumento da Semana dos Realizadores.

La Peau Blanche
Bubba Ho-Tep
Duas interessantes propostas da América do Norte: «La Peau Blanche» e «Bubba Ho-Tep».
Campbell deveria passar pelo Porto, mas cancelou a viagem à última da hora, com o que a organização considerou tratar-se de “uma desculpa esfarrapada”. É pena, pois é um actor querido pelos fãs do género fantástico e a sua presença, como a de Dario Argento ou Claudio Simonetti, afigurava-se bastante adequada nesta edição comemorativa dos 25 anos do Fantasporto.

«Bubba Ho-Tep», realizado por Don Coscarelli («Phantasm» e suas sequelas) apresenta Elvis Presley, doente, num lar de terceira idade, a ter de se defender de uma perigosa múmia. Quem consegue ver um pingo de originalidade em «Saw» talvez não ache graça. Precedeu-o a curta-metragem francesa «StrictEternum».

Ainda no âmbito do cinema fantástico foi possível ver dois filmes falados em francês que se propunham extravasar as regras do género: «Les Revenants» («They Came Back», no título inglês) e «La Peau Blanche» (ou «White Skin»).

O primeiro título, dirigido por Robin Campillo poder-se-ia definir como um filme de zombies para apreciadores de cinema arte e ensaio francês. Ao invés de corpos decompostos reanimados, ávidos por carne humana, cérebros ou outra iguaria, estamos perante uma análise das consequências psico-sociais do regresso de milhares de pessoas recentemente falecidas aos respectivos lares e suas dificuldades de reintegração no meio familiar e laboral. Ganharia o prémio para Melhor Realizador.

«La Peau Blanche» conta uma história de amor entre um estudante universitário e uma rapariga ruiva e de pele muito branca, que pertence a uma estranha família. Os ingredientes do filme de horror são sugeridos desde o início, mas o mistério sobre exactamente o que é que se passa com a moça só se revelam mais tarde. Entertaining, a relembrar alguns clássicos de horror dos anos 70 onde o body count não era tão importante quanto a coerência narrativa e o desenvolvimento de alguma angústia e desconforto no espectador.

«Rottweiler» tem os ingredientes para ser um favorito do público "tradicional" do Fantasporto: argumento básico, esquemático, um cão homicida e muito gore. Brian Yuzna, produtor de «Re-Animator» e realizador de alguns bons títulos de horror, como «Society» e «Return of the Living Dead III», tem-se dedicado à sua Fantastic Factory, um rótulo que funciona associado à espanhola Filmax, mas os resultados, até ao momento, não têm sido surpreendentes.

«Rottweiller» não foge ao princípio de que para se fazer um filme "puro" de género não é preciso pensar muito. O orçamento reduzido destes títulos deve cobrir facilmente as despesas, sobretudo através das vendas de DVDs por parte dos apreciadores do género que não se importam de coleccionar desilusões. Acrescente-se que a inépcia narrativa do filme potenciou gargalhadas regulares por parte da audiência. Ainda que não tenha sido particularmente levado a sério por Yuzna, que o apresentou como uma variação de «Cujo», a risibilidade geral pareceu-me ir para lá das intenções do cineasta.

«Cheongpung Myeongwol» [«Sword in the Moon»] foi um dos filmes coreanos a concurso na Secção Orient Express. Cinema de acção, de época, conta uma história de amizade e amor com pessoas separadas por facções pró e contra o governo da dinastia Choseon. A preferência do júri desta secção caiu num filme com os pés mais assentes na terra — apesar de ser "tecnicamente" uma fantasia e apesar de boa parte ser passada numa ilha e uma personagem central ser mergulhadora. Trata-se, naturalmente, de «My Mother the Mermaid», de Park Heung-sik («I Wish I Had a Wife», Fantasporto 2002), com Jeon Do-yeon num papel duplo, interpretando uma mulher jovem e a sua mãe, que irá conhecer no passado.


Encerramento

É uma tradição em festivais de cinema haver um filme de abertura e um filme de encerramento. Por vezes até se destaca nos posters — quando não há um prémio importante para expor — o facto de certa obra ter inaugurado ou encerrado determinado festival.

Este ano, o Fantasporto investiu numa cerimónia glamourosa para a entrega de prémios e para comemorar os 25 anos do festival, prescindindo-se da passagem de qualquer filme no Teatro Rivoli, de modo a permitir a instalação de equipamento para a gravação do espectáculo pela RTP.

Fantasporto 2005
O Teatro Rivoli não exibiu filmes no último dia do Fantasporto para que fosse possível instalar o equipamento técnico destinado a efectuar a gravação televisiva da sessão de encerramento comemorativa dos 25 anos do festival.
O evento pecou pela excessiva duração (três horas sem filme é um exagero e um teste à paciência do cinéfilo).

Já há muito que o festival se afirmou para o grande público e esta cerimónia faz todo o sentido, nesse contexto: orquestras, clips, números musicais (Anabela e o grupo de humoristas a capella Vozes da Rádio), seguindo o modelo Oscars, com apresentação a cargo de uma das estrela das manhãs televisivas preferida pelas donas de casa: Jorge Gabriel (não foi acompanhado por Sónia Araújo, pois esta não pôde estar presente). Curiosamente, há uns anos, tinha comentado, com um sarcasmo talvez exagerado, que o festival bem que poderia vir a contratar Manuel Luís Goucha e Teresa Guilherme.

A reserva do Rivoli para a cerimónia de encerramento do festival teve como consequência a utilização, em último recurso (estava por definir já depois do início do festival), do Passos Manuel para projectar os filmes programados para o sábado final.

Como não havia legendagem electrónica disponível no Passos Manuel, a tradução dependia do que estava impresso na película (o filme infanto-juvenil «Il Magico Natale di Rupert» passou em v.o. italiana). A configuração do Passos Manuel é também pouco agradável, pelo menos quando o espaço do hall, onde se encontra o bar, está cheio de gente. Atravessa-se a custo e é uma área muito mal ventilada, não recomendada a asmáticos.

Registou-se também um problema com a venda de bilhetes para as sessões deste dia. Os bilhetes só podiam ser adquiridos in loco e ninguém parecia capaz de pôr o sistema a funcionar no dia anterior. Às diversas pessoas que tentaram comprar os bilhetes na sexta-feira foi dito que voltassem no dia seguinte (a bilheteira abria meia hora antes do primeiro filme), mas era possível fazer reservas numa folha de papel improvisada.

Nesta edição comemorativa do mais importante festival internacional de cinema português, a Secretária de Estado das Artes e Espectáculos, Teresa Caeiro, entregou ao Fantasporto e à banda musical GNR a Medalha de Mérito Cultural.

Yang Yun-ho, Jeong Cho-sin Ellen Kim, Creta Kim
Quatro dos convidados sul-coreanos presentes na 25ª edição do Fantasporto: Yang Yun-ho (realizador de «Fighter in the Wind»), Jeong Cho-sin (director de programação do PiFan), Ellen Kim (júri Orient Express) e Creta Kim (juri internacional). Um registo da conversa com os convidados do festival retratados foi publicado anteriormente e pode ser lido aqui


Palmarés

Além dos galardões oficiais, listados abaixo, foram atribuídos prémios de carreira a várias personalidades, convidadas pelo festival e presentes na cerimónia (pela ordem de subida ao palco): Karen Black, GNR, Guillermo del Toro, Doug Bradley, Tino Navarro, Claudio Simonetti, Brian Yuzna, Vicenzo Natali, John Hurt e Dario Argento.

Secção Oficial Fantástico

Grande Prémio: «Nothing» (Canadá), Vicenzo Natali
Prémio Especial do Juri: «Bubba Ho-Tep» (EUA), Don Coscarelli
Melhor Realizador: Robin Campillo, «Les Revenants» (França)
Melhor Argumento: James Wan e Leigh Whannell, «Saw» (EUA), James Wan
Melhor Actor: Bruce Campbel, «Bubba Ho-Tep»
Melhor Actriz: Karen Black, «Firecracker» (EUA), Steve Balderson
Melhores Efeitos Especiais: Jeong Do-an, «Natural City» (Coreia do Sul), Min Byeong-cheon
Melhor Curta-Metragem: «La Dernière Minute» (França), Nicholas Salis

Semana dos Realizadores

Melhor Filme: «Oldboy» (Coreia do Sul), Park Chan-uk
Prémio Especial do Júri: «Sideways» (EUA), Alexander Payne
Melhor Realizador: Kumazawa Naoto, «Tokyo Noir» (Japão), segmento "Birthday"
Melhor Argumento: Hwang Jo-yun, Im Jun-hyeong e Park Chan-uk, «Oldboy»
Melhor Actor: Paul Giamatti, «Sideways»
Melhor Actriz: Kate Elliott, «Fracture» (Nova Zelândia), Larry Parr

Orient Express

Melhor Filme: «Ineo Gongju» [«My Mother, the Mermaid»] (Coreia do Sul), Park Heung-sik
Prémio Especial do Juri: «Vital» (Japão), Tsukamoto Shinya

Prémio TMN/Cinema Português: «Abraço ao Vento» (curta-metragem), José Manuel Ribeiro
Prémio do Público/JN: «Constantine» (EUA), Francis Lawrence
Prémio AMC: «Cypher» (EUA), Vicenzo Natali
Prémio da Crítica: «Vinzent» (Alemanha), Ayassi
Mélies de Prata: «Les Revenants».

Artigo relacionado: A Coreia Fantástica no Porto e a Crise de Bucheon

(1) O nome foi aparentemente inspirado pela secção homónima de Sitges, onde já havia também uma Orient Express.

12/02/06

cinedie asia © copyright Luis Canau.